quarta-feira, 20 de julho de 2011

Grupo de Estudo - Mestrado em Educação – 8ª turma

O trabalho a seguir não foi realizado por mim, trata-se do estudo da colega de grupo de estudo do mestrado Andréa Fabiane, cujo resultado não é definitivo, mas apenas uma parte do exercícios que todos temos realizado na busca de compreender o rumo que devemos dar em nossas pesquisas,]
Aproveitem a leitura!
Djalma

Grupo de Estudo
Mestrado em Educação – 8ª turma

Coordenadoras do Grupo de Estudo
Profª. Dra. Marilene Ribeiro Resende (Subcoordenadora  do Mestrado em Educação)
Doutora em Educação em Matemática – PUCSP

Profª. Dra. Vania Maria  de Oliveira Vieira (Coordenadora do Mestrado em Educação)
Doutora em Educação – Psicologia da Educação – PUCSP

Aluna: Andréa Fabiane  Machado Diniz

Linha de Pesquisa I -  Desenvolvimento Profissional e Trabalho Docente
Julho/2011

Nota:
Este exercício de pesquisar  em resumos de dissertações e teses,  a justificativa, os objetivos, metodologia de pesquisa e referencial teórico constitui requisito indispensável  para conhecer o que já se têm produzido na área que se pretende pesquisar, e a partir de então, elencar pontos em que ainda são necessários outros estudos e justificar a necessidade e importância do trabalho a ser desenvolvido pelo (a) mestrando (a).

Metodologia de trabalho utilizada
  Para desenvolver esta pesquisa utilizou-se os descritores: avaliação da aprendizagem, representações sociais e intervenção pedagógica;
   A pesquisa foi realizada em diversos sites de universidades que oferecem os programas de mestrado e doutorado em educação;
   Não procedeu a contagem de quantas dissertações e teses há na área pesquisada, uma vez que realizava-se a leitura e o imediato descarte dos trabalhos que não tinham como foco de pesquisa o referencial teórico metodológico da Teoria das Representações Sociais;
   Nos slides que se seguem, primeiro colocou-se os resumos na íntegra e, em seguida, na forma de tópicos os componentes constantes nesses resumos .

Trabalhos Selecionados

Análise das representações sociais de professores e alunos sobre a avaliação na escola: um caminho construído coletivamente.
 
Maria Conceição Gobbo Medda
Resumo: O presente estudo investigou as representações sociais de professores e alunos sobre a avaliação escolar e propôs a ação e a reflexão coletivas como um caminho para a compreensão dos fenômenos que envolvem a avaliação, no cotidiano escolar. Nessa perspectiva, o estudo implicou também considerações a respeito do desenvolvimento da consciência do professor sobre a sua prática, uma vez que as representações sociais permitem o conhecimento da consciência, constituindo-se no ponto de partida para sua análise, sendo a expressão de seus conteúdos. Constituiu-se o grupo estudado de nove professores e nove alunos de 5ª série, de uma escola pública estadual da cidade de São Paulo. As informações junto a esse grupo foram coletadas por meio de entrevistas coletivas e posterior discussão dos dados com o grupo, oportunizando repensar a prática pedagógica, analisando as situações da sala de aula, a partir da avaliação. Assim sendo, a pesquisa privilegiou os espaços da prática pedagógica como fonte direta de coleta de dados e situou-se, em todo o seu desenvolvimento, nesse cotidiano do aprender-ensinar. Os resultados evidenciaram a necessidade do trabalho dialógico, coletivo e crítico dentro da escola, numa direção em que a prática pedagógica possa ser explicitada e utilizada, transformando-se num meio importante para criar novos conhecimentos, possibilitando aos educadores, se necessário, reordenar o cotidiano em que vivem. Nesse sentido, a exploração das contradições que se manifestaram na avaliação e a discussão dos contornos e das finalidades a quem vem servindo dentro da escola, indicando novos caminhos para se redirecionar a prática avaliativa
Palavras Chave: Representações Sociais, Prática Pedagógica, Prática Avaliativa.


Análise das representações sociais de professores e alunos sobre a avaliação na escola: um caminho construído coletivamente.
Autora: MEDDA, Maria Conceição Gobbo
Data da defesa:  31/08/95
Banca Examinadora: Clarilza Prado de Souza ( orientadora), Ana Maria Aparecida Avella Saul, Mitsuko Aparecida  Makino Antunes
Palavras Chave: Representações Sociais, Prática Pedagógica, Prática Avaliativa.

Objetivo
O presente estudo investigou as representações sociais de professores e alunos sobre a avaliação escolar e propôs a ação e a reflexão coletivas como um caminho para a compreensão dos fenômenos que envolvem a avaliação, no cotidiano escolar.

Justificativa
Nessa perspectiva, o estudo implicou também considerações a respeito do desenvolvimento da consciência do professor sobre a sua prática, uma vez que as representações sociais permitem o conhecimento da consciência, constituindo-se no ponto de partida para sua análise, sendo a expressão de seus conteúdos.

Sujeitos da pesquisa
Constituiu-se o grupo estudado de nove professores e nove alunos de 5ª série, de uma escola pública estadual da cidade de São Paulo.

Pesquisa e coleta de dados
As informações junto a esse grupo foram coletadas por meio de entrevistas coletivas e posterior discussão dos dados com o grupo, oportunizando repensar a prática pedagógica, analisando as situações da sala de aula, a partir da avaliação. Assim sendo, a pesquisa privilegiou os espaços da prática pedagógica como fonte direta de coleta de dados e situou-se, em todo o seu desenvolvimento, nesse cotidiano do aprender-ensinar.

Resultados
Os resultados evidenciaram a necessidade do trabalho dialógico, coletivo e crítico dentro da escola, numa direção em que a prática pedagógica possa ser explicitada e utilizada, transformando-se num meio importante para criar novos conhecimentos, possibilitando aos educadores, se necessário, reordenar o cotidiano em que vivem. Nesse sentido, a exploração das contradições que se manifestaram na avaliação e a discussão dos contornos e das finalidades a quem vem servindo dentro da escola, indicando novos caminhos para se redirecionar a prática avaliativa.

Fonte:


Avaliação processual: um estudo das representações sociais de professoras da rede municipal de ensino do Recife
Autora: GUERRA, Gleice Kelly de Souza
Orientadora: Laeda Bezerra Machado
Universidade Federal de Pernambuco

Resumo
Esta pesquisa teve como objetivo analisar as representações sociais de avaliação processual construídas por professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Rede Municipal da cidade do Recife/PE. Constituiram-se como referenciais para estudos de avaliação os autores: Perrenoud (1999; 2004), Esteban (1999; 2005), Silva (2003; 2004), Hoffmann (2003; 2005a) e Luckesi (2005). Para a Teoria das representações sociais nos apoiamos em Moscovici (1978; 2003) e Jodelet (2001; 2005). A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada junto a vinte professoras da RPA 5, graduadas em Pedagogia e com formação acadêmica iniciada na década de 1990. Para definição do grupo realizamos um estudo exploratório. Os procedimentos de coleta utilizados foram a observação e a entrevista semi-estruturada. A pesquisa foi dividida em duas fases. Na primeira, observamos as práticas avaliativas de duas professoras no intuito de nos aproximar de suas representações sociais de avaliação processual. Na segunda, fizemos uso da entrevista com as vinte professoras incluindo, nesse grupo, as duas docentes que tiveram suas práticas observadas. Nosso intuito com o seu uso foi aprofundar e esclarecer os aspectos constituintes das representações sociais de avaliação processual. A técnica utilizada para analisar os registros das observações e depoimentos das entrevistas foi a Análise de Conteúdo de Bardin (2004). Os resultados, no que se refere as professoras que tiveram suas práticas observadas, nos autorizam a afirmar que a avaliação processual tem ganhado configurações distintas.
O processo avaliativo desencadeado em sala de aula nos revelou que, para uma das docentes, a representação social de avaliação processual se define por sua continuidade em função do quantitativo de conteúdos, instrumentos avaliativos e atividades prescritas. A segunda professora observada revelou uma representação social de avaliação processual centrada no acompanhamento permanente dos percursos de aprendizagem dos alunos descartando o forte viés de linearidade e somatório. Esses últimos achados foram reforçados pelos depoimentos das entrevistadas. Para elas, a representação social de avaliação processual centra-se no acompanhamento ininterrupto, observando avanços, dúvidas e dificuldades dos alunos. Embora o grupo de professoras deixe transparecer em seus depoimentos que se apropriaram de conceitos coerentes com o novo paradigma da avaliação formativa e reconheçam sua validade manifestaram-se, de modo geral, em conflito com as implicações desses conceitos para as práticas. Essas evidências revelam, sobretudo, que o mecanismo de ancoragem é o que se apresenta de forma mais patente em seus discursos, já que esse conhecimento pode não estar sendo orientador de suas práticas. Nossos resultados levam-nos a reconhecer que as políticas educacionais e as instâncias formadoras devem considerar as representações sociais do grupo de professoras como ponto de partida para o trabalho de formação docente a fim de que suas posturas não incidam sob uma mera repetição do discurso ideológico sem transformações que contribuam efetivamente para um novo fazer avaliativo.

Palavras – chave:  Avaliação da aprendizagem.



Avaliação processual: um estudo das representações sociais de professoras da rede municipal de ensino do Recife
Palavras -chave: Avaliação da Aprendizagem

Objetivo
Esta pesquisa teve como objetivo analisar as representações sociais de avaliação processual construídas por professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Rede Municipal da cidade do Recife/PE.

Objeto de estudo: Avaliação processual

Referencial teórico
Perrenoud (1999; 2004), Esteban (1999; 2005), Silva (2003; 2004), Hoffmann (2003; 2005a) e Luckesi (2005). Para a Teoria das representações sociais nos apoiamos em Moscovici (1978; 2003) e Jodelet (2001; 2005).

Sujeitos da pesquisa
Realizada junto a vinte professoras da RPA 5, graduadas em Pedagogia e com formação acadêmica iniciada na década de 1990. Para definição do grupo realizamos um estudo exploratório.

Metodologia
Referencial teórico metodológico da Teoria das Representações Sociais
Pesquisa: natureza qualitativa

Divisão da Pesquisa e coleta de dados
Os procedimentos de coleta utilizados foram a observação e a entrevista semi-estruturada. A pesquisa foi dividida em duas fases. Na primeira, observamos as práticas avaliativas de duas professoras no intuito de nos aproximar de suas representações sociais de avaliação processual. Na segunda, fizemos uso da entrevista com as vinte professoras incluindo, nesse grupo, as duas docentes que tiveram suas práticas observadas. Nosso intuito com o seu uso foi aprofundar e esclarecer os aspectos constituintes das representações sociais de avaliação processual. A técnica utilizada para analisar os registros das observações e depoimentos das entrevistas foi a Análise de Conteúdo de Bardin (2004).

Resultados
Os resultados, no que se refere as professoras que tiveram suas práticas observadas, nos autorizam a afirmar que a avaliação processual tem ganhado configurações distintas. O processo avaliativo desencadeado em sala de aula nos revelou que, para uma das docentes, a representação social de avaliação processual se define por sua continuidade em função do quantitativo de conteúdos, instrumentos avaliativos e atividades prescritas. A segunda professora observada revelou uma representação social de avaliação processual centrada no acompanhamento permanente dos percursos de aprendizagem dos alunos descartando o forte viés de linearidade e somatório. Esses últimos achados foram reforçados pelos depoimentos das entrevistadas.
Para elas, a representação social de avaliação processual centra-se no acompanhamento ininterrupto, observando avanços, dúvidas e dificuldades dos alunos. Embora o grupo de professoras deixe transparecer em seus depoimentos que se apropriaram de conceitos coerentes com o novo paradigma da avaliação formativa e reconheçam sua validade manifestaram-se, de modo geral, em conflito com as implicações desses conceitos para as práticas. Essas evidências revelam, sobretudo, que o mecanismo de ancoragem é o que se apresenta de forma mais patente em seus discursos, já que esse conhecimento pode não estar sendo orientador de suas práticas.

Conclusão
Nossos resultados levam-nos a reconhecer que as políticas educacionais e as instâncias formadoras devem considerar as representações sociais do grupo de professoras como ponto de partida para o trabalho de formação docente a fim de que suas posturas não incidam sob uma mera repetição do discurso ideológico sem transformações que contribuam efetivamente para um novo fazer avaliativo.

Fonte:


Representações Sociais sobre a Avaliação Escolar no Discurso de Professores de Psicologia da PUC-Minas em Betim

Autora: 
CHUEIRI, Maria  Stela Ferreira
Orientadora:  Dra. Anna Maria Salgueiro Caldeira
Data da defesa:  28/05/2010

Resumo 
Este estudo teve o propósito de revelar e desvelar os problemas, dilemas e desafios enfrentados pelos professores de Psicologia em sua tarefa de avaliação. Com o pressuposto de que existem representações sociais dos atores envolvidos com a avaliação escolar e tomando como referencial teórico e metodológico a Teoria das Representações Sociais, buscou-se conhecer, através do discurso de três professores de Psicologia da PUC-Minas em Betim, suas representações sociais sobre a avaliação dos processos ensino-aprendizagem no Curso de Psicologia. Foram usadas as técnicas de entrevista individual em profundidade, Teste de Associação de Palavras e Grupo Focal para a coleta de informações e adotou-se a análise do discurso como dispositivo para a identificação das representações  presentes nas produções discursivas dos sujeitos dessa investigação. Tanto através da produção de sentidos associada ao termo avaliação quanto também das produções discursivas dos sujeitos relativas às suas lembranças de terem sido avaliados, de suas reflexões sobre o ato de avaliar, da auto- avaliação sobre sua condição de avaliadores e das especificidades da prática de avaliação na Psicologia foi possível depreender um conjunto de representações e identificar as seguintes representações sociais: o ser avaliado e o avaliar constituem uma mistura de prazer e desprazer; a avaliação escolar institui um lugar de poder para o professor; e a especificidade da avaliação na Psicologia reside em o professor estar atento à subjetividade do aluno ao avaliá-lo. O discurso dos professores aponta também para a necessidade de mudanças e transformações da prática de avaliação na Psicologia a fim de que ela seja uma avaliação qualitativa da produção do aluno.  

Palavras-chave: ensino superior, avaliação escolar, representação social, professores de psicologia, discurso. 



Representações Sociais sobre a Avaliação Escolar no Discurso de Professores de Psicologia da PUC-Minas em Betim 

Palavras-chave: ensino superior, avaliação escolar, representação social, professores de psicologia, discurso.

Objetivo
 Este estudo teve o propósito de revelar e desvelar os problemas, dilemas e desafios enfrentados pelos professores de Psicologia em sua tarefa de avaliação. Com o pressuposto de que existem representações sociais dos atores envolvidos com a avaliação escolar e tomando como referencial teórico e metodológico a Teoria das Representações Sociais, buscou-se conhecer, através do discurso de três professores de Psicologia da PUC-Minas em Betim, suas representações sociais sobre a avaliação dos processos ensino-aprendizagem no Curso de Psicologia.

Metodologia
Referencial teórico metodológico da Teoria das Representações Sociais

Sujeitos da pesquisa: três professores de Psicologia da PUC Minas em Betim.

Objeto de estudo: avaliação dos processos ensino-aprendizagem no curso de Psicologia.

Pesquisa: qualitativa
Foram usadas as técnicas de entrevista individual em profundidade, Teste de Associação de Palavras e Grupo Focal para a coleta de informações e adotou-se a análise do discurso como dispositivo para a identificação das representações  presentes nas produções discursivas dos sujeitos dessa investigação.

Resultados:
Tanto através da produção de sentidos associada ao termo avaliação quanto também das produções discursivas dos sujeitos relativas às suas lembranças de terem sido avaliados, de suas reflexões sobre o ato de avaliar, da auto- avaliação sobre sua condição de avaliadores e das especificidades da prática de avaliação na Psicologia foi possível depreender um conjunto de representações e identificar as seguintes representações sociais: o ser avaliado e o avaliar constituem uma mistura de prazer e desprazer; a avaliação escolar institui um lugar de poder para o professor; e a especificidade da avaliação na Psicologia reside em o professor estar atento à subjetividade do aluno ao avaliá-lo. O discurso dos professores aponta também para a necessidade de mudanças e transformações da prática de avaliação na Psicologia a fim de que ela seja uma avaliação qualitativa da produção do aluno.
 


Representação social e avaliação do Curso de Pedagogia da UnB: os motivos, os valores e os interesses dos alunos

Resumo:
Este estudo tem como objetivo investigar os motivos que levaram os alunos a escolherem o curso de pedagogia, o turno que freqüentam, a universidade pública, o “porque” evadir, e o “porque” concluir o curso iniciado. Foram questionados 100 estudantes, 50 de cada turno. Observaram-se diferenças significativas nos motivos e interesses entre os alunos do matutino e do noturno. São apresentadas propostas quanto a gestão do ensino universitário e do acolhimento dos estudantes calouros. Os resultados encontrados sugerem a realização de novas investigações.

Palavras-chave: Representação social. Curso de pedagogia. Perfil do Aluno. UnB. Evasão universitária. Gestão do ensino universitário.





Representação social e avaliação do Curso de Pedagogia da UnB: os motivos, os valores e os interesses dos alunos

Palavras-chave: Representação social. Curso de pedagogia. Perfil do Aluno. UnB. Evasão universitária. Gestão do ensino universitário.
 
Objetivo:
Este estudo tem como objetivo investigar os motivos que levaram os alunos a escolherem o curso de pedagogia, o turno que freqüentam, a universidade pública, o “porque” evadir, e o “porque” concluir o curso iniciado.
 
Sujeitos da pesquisa: foram questionados 100 estudantes, 50 de cada turno.

Pequisa: qualitativa

Resultados:
Observaram-se diferenças significativas nos motivos e interesses entre os alunos do matutino e do noturno. São apresentadas propostas quanto a gestão do ensino universitário e do acolhimento dos estudantes calouros. Os resultados encontrados sugerem a realização de novas investigações.

 


Avaliação Educacional, inclusão escolar e representações
Resumo
Este estudo tem como foco, a inclusão educacional, a avaliação da aprendizagem e a teoria das Representações Sociais. Considerando o paradigma da inclusão educacional objetivamos refletir a respeito da avaliação como potencializadora de autoconhecimento, tanto para professores, como para alunos; de aperfeiçoamento da prática pedagógica; um processo que contribua para a compreensão de conquistas e dificuldades dinamizando novas oportunidades de aprendizagem. Para discutirmos a avaliação buscamos respaldo em Leite, 2005. Neste sentido, como já anuncia o termo, a avaliação educacional ou da aprendizagem preocupa-se com sujeitos ou grupos em situação de aprendizagem tendo em vista a qualificação dos processos de ensinar e aprender. O conceito de Representações Sociais está ancorado em Moscovici, 1978 e Jodelet, 2001, entre outros. Nesta perspectiva, os sujeitos são autores e atores de sua história. A teoria das Representações Sociais aparece como a possibilidade de estruturação de conteúdos simbólicos, para tratar de questões relativamente incertas e subjacentes na comunicação e comportamento das pessoas.

Possibilita a avaliação não somente dos repertórios lingüísticos, mas também observa comportamentos, analisa decisões e documentos. Este processo tem aspectos figurativos e abstratos e combina imagem e conceito, de modo que algo desconhecido torne-se familiar, passando a fazer parte do universo de compreensão. Ilustramos como complemento desta produção, dados empíricos preliminares de uma pesquisa em desenvolvimento acerca das representações de acadêmicas em situação de estágio em classes com alunos incluídos, a respeito do significado do avaliar e os possíveis desdobramentos destas representações para a aprendizagem de todos os alunos. A partir da análise das falas dos sujeitos entrevistados, emergiram aspectos significativos para pensarmos as práticas avaliativas, indícios possíveis que podem qualificar as múltiplas experiências educativas e a inclusão.

Palavras-chave: Inclusão; Avaliação da Aprendizagem; Representações Sociais.

Fonte:
 


Avaliação Educacional, inclusão escolar e representações
Palavras – chave: Inclusão; Avaliação da Aprendizagem; Representações Sociais.

Objetivo:
Este estudo tem como foco, a inclusão educacional, a avaliação da aprendizagem e a teoria das Representações Sociais. Considerando o paradigma da inclusão educacional objetivamos refletir a respeito da avaliação como potencializadora de autoconhecimento, tanto para professores, como para alunos,; de aperfeiçoamento da prática pedagógica; um processo que contribua para a compreensão de conquistas e dificuldades dinamizando novas oportunidades de aprendizagem.

Referencial teórico:
Para discutirmos a avaliação buscamos respaldo em Leite, 2005. Neste sentido, como já anuncia o termo, a avaliação educacional ou da aprendizagem preocupa-se com sujeitos ou grupos em situação de aprendizagem tendo em vista a qualificação dos processos de ensinar e aprender. O conceito de Representações Sociais está ancorado em Moscovici, 1978 e Jodelet, 2001, entre outros.

Objeto de estudo: avaliação como potencializadora de autoconhecimento para professores e alunos

Metodologia: Referencial teórico metodológico da Teoria das Representações Sociais.
Nesta perspectiva, os sujeitos são autores e atores de sua história. A teoria das Representações Sociais aparece como a possibilidade de estruturação de conteúdos simbólicos, para tratar de questões relativamente incertas e subjacentes na comunicação e comportamento das pessoas.

Justificativa:
Possibilita a avaliação não somente dos repertórios lingüísticos, mas também observa comportamentos, analisa decisões e documentos. Este processo tem aspectos figurativos e abstratos e combina imagem e conceito, de modo que algo desconhecido torne-se familiar, passando a fazer parte do universo de compreensão. Ilustramos como complemento desta produção, dados empíricos preliminares de uma pesquisa em desenvolvimento acerca das representações de acadêmicas em situação de estágio em classes com alunos incluídos, a respeito do significado do avaliar e os possíveis desdobramentos destas representações para a aprendizagem de todos os alunos.

Resultados:
A partir da análise das falas dos sujeitos entrevistados, emergiram aspectos significativos para pensarmos as práticas avaliativas, indícios possíveis que podem qualificar as múltiplas experiências educativas e a inclusão. 

Fonte:

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O Colóquio passou!

Acabou! Finalmente passou. Apresentei meu trabalho no colóquio do mestrado e sinceramente, acredito ter sido uma boa apresentação.
O sucesso do Colóquio como um todo foi incontestável.
Agradeço aos colegas e professores pelo apoio e participação. Vocês são ótimos!
Agora, vamos aos artigos para fechar definitivamente as disciplinas.
Respirando fundo e seguindo em frente.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Colóquio chegou!

Amanhã apresentarei o Colóquio sobre tecnologias na disciplina obrigatória do mestrado.
Foram 2 meses de preparação dura para chegar a este momento.
Serão 120 minutos de apresentação que preparei com slides, vídeos, músicas (inéditas, compostas por mim) para tentar ilustrar o pensamento e a ideologia de Heidegger e Cupani.
Aguardem relato do resultado e as fotos do processo.
Acredito estar preparado, mas ainda assim rola um stress. hehehe
Bom, lá vou eu!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Análise das tecnologias e suas implicações de dependência para o homem por intermédio das reflexões de Heidegger e Borgmann

Este é o provável artigo que apresentarei como trabalho de conclusão de uma das disciplinas que estou cursando no mestrado. Ainda não está acabado, mas está bem próximo disso.
Aproveitem este artigo, pois nos leva a uma reflexão ímpar a respeito de nós mesmos e do mundo em que vivemos.
Apaixonei pelo tema e pela forma como os autores pesquisados tratam a questão.
Boa leitura!


Análise das tecnologias e suas implicações de dependência para o homem por intermédio das reflexões de Heidegger e Borgmann


Djalma Gonçalves Pereira
(Mestrando – Mestrado em Educação UNIUBE)


Resumo: O presente estudo analisa as tecnologias e suas implicações de dependência para o homem, por intermédio das reflexões de Martin Heidegger em seu discurso “Serenidade” associadas ao enfoque fenomenológico de Albert Borgmann. Reconhecendo para isso a tecnologia como dimensão da vida humana e não apenas um evento histórico.

Palavras-chave: tecnologia, pensamento, Heidegger, Borgmann


Introdução
Serenidade é o resultado do discurso comemorativo de Martins Heidegger em 1955 em comemoração ao aniversário de 175 anos do compositor alemão Conradin Kreutzar. Em seu discurso Heidegger destaca a importância do pensamento, inclusive nas comemorações, pois afirma que sem o pensamento não há comemoração verdadeira, porque pensar é meditar.
Para Heidegger as coisas que fazem parte de uma comemoração não tem sentido sem a meditação sobre a mesma e tudo que diz respeito a ela.
Como nem sempre as comemorações nos levam a uma meditação, Heidegger conclui que o motivo é a pobreza de pensamento do homem moderno, pois tornou-se pobre-em-pensamento.
Neste mesmo contexto utilizaremos a abordagem fenomenológica de Borgmann para trazer a luz da atualidade o pensamento de Heidegger, onde Borgmann defende que a tecnologia ampliou a distância entre ricos e pobres, que a televisão tornou as crianças passivas e que a falta de compromisso do homem com as tecnologias evidenciam um uso descompromissado das coisas.
As afirmações de Borgmann e suas alegações nos fazem distinguir como a falta do pensamento meditativo atingiu de forma negativa a vida e o futuro do próprio homem.


O pensamento
Em seu discurso, Heidegger reflete sobre a essência da técnica moderna e mostra a necessidade de recuperar o que ele define como pensamento meditativo. Devemos destacar que esse posicionamento de Heidegger não nega a técnica, mas nos leva a repensar a relação do ser humano com a ela.
Ele ainda destaca a necessidade de nos mantermos como seres pensantes, pois é essa a característica que define o homem e o faz ser diferente dos demais seres, ser um ser pensante.
A pobreza de pensamento que tomou o homem se caracteriza pela indiferença ou mesmo desinteresse pela meditação. O homem não quer ter o trabalho de pensar.
Heidegger nos convida a refletir sobre a essência do que classificamos como pensar, alerta-nos para que não tenhamos ilusões, porque acontece a todos nós sermos pobres em pensamentos mesmo aos que fazem do ofício de pensar dever profissional.
Temos a carência de pensamentos como uma constante que se apresenta por todo o lado no mundo de hoje, pois, as coisas são incentivadas a serem aprendidas da maneira mais rápida e mais barata, para em seguida ser esquecida. Fato esse que nos torna cada vez mais pobres em pensamentos.
Heidegger destaca que a dimensão pensante, meditativa do homem é uma característica que trás consigo, sendo assim, mesmo que estejamos privados de pensar não renunciamos ao poder que temos de fazê-lo. Pensar é inato ao homem.
O homem contemporâneo foge do pensamento, ele não quer sequer reconhecer a fuga, muito pelo contrário, afirma o oposto, apontando sempre em sua absolvição tudo o que o conhecimento científico tem produzido. Isso se justifica através da definição de Heidegger em que há um tipo de pensamento que se tornou indispensável ao homem e o mesmo possui um caráter particular, que é o pensamento calculador, que conta e calcula, mas este cálculo verifica possibilidades novas, cada vez mais ricas em perspectivas e ao mesmo tempo mais econômicas em todos os sentidos da vida.
Esse pensamento calculador não nos deixa prazo e leva-nos de uma possibilidade a outra rapidamente, ele não busca o sentido, ele apenas antecipa, não se espanta e não medita.
Sendo assim, podemos classificar dois tipos de pensamento definidos por Heidegger, ambos legítimos, são eles: O pensamento calculador e o pensamento meditativo.
O pensamento que meditativo é aquele que Heidegger tem em mente quando afirma que o homem está fugindo permanentemente do pensamento.
Ao nos fazer refletir a respeito do pensamento trazendo a tona indagações que nos levam a questionar o pensamento meditativo, em um primeiro momento podemos até acreditar que este, estará distante da realidade da vida, pois ele parece não colaborar com nada nas realizações de ordem prática do cotidiano, ou ainda pode ser entendido como elevado demais para as pessoas comuns, mas na verdade se considerarmos o processo do pensamento meditativo e o processo do pensamento calculador perceberemos que o meditativo depende de um esforço para acontecer, comparado ao pensamento calculador que não requer esforço significativo, apenas surge como ferramenta de resolução de problemas.
Heidegger nos responde então que qualquer um pode, é claro, dentro de suas limitações, meditar, pois o homem é um ser pensante, isto é, meditativo e não é necessário que a meditação eleve-o até regiões superiores, basta que nos leve a refletir sobre aquilo que nos é próximo.
Por isso, ambos os pensamentos são importantes, o pensamento que calcula e o pensamento que medida, pois apesar do homem supervalorizar o pensamento que calcula este não é o único modo que o homem possui para lidar com as coisas, com os outros e principalmente consigo mesmo.
O pensamento que calcula é o que rege a tecnologia, pois é centrado na própria razão humana, trabalha mediante cálculos e previsões, convertendo o mundo em um objeto conformado com resultados eficazes que facilitam a vida, permitindo ultrapassar barreiras. E é nessa eficácia que está o risco da permanência de apenas um tipo de pensamento, admitindo um único modo de existir, mas somente quando o pensamento que medita, meditar no cerne da técnica, fazendo-nos repensar a própria técnica, levando-nos de fato a essência da técnica que vigora a nossa volta, trilharemos o caminho da serenidade.
Heidegger ainda afirma que a técnica não é um instrumento neutro quando usada pelo homem, pois como ela pode ser objeto de diversos tipos de uso, poderá também ser usada para o bem ou para o mal, deixando-nos a responsabilidade pela sua aplicação.
Nesse sentido onde a tecnologia se apresenta como modo de vida e desafio de escolhas para o homem, Borgmann descreve este momento como sendo a tecnologia um modo de vida próprio da modernidade, sendo a tecnologia para o homem um meio de lidar com o mundo, sendo assim um paradigma limitador da existência que está intrínseco a vida quotidiana, passando pelo próprio homem despercebidamente.
Tendo essa percepção, Heidegger afirma que não podemos encarar a técnica como um fato acidental, um artifício sem intencionalidades, pois a técnica consiste em um resultado lógico, que é consequência da evolução do homem. Evolução essa que tem como preço o esquecimento do ser.
O homem se deixou envolver pelas coisas tecnológicas, transformando a realidade em objeto de dominação e exploração. Com essa postura o homem assume uma fé na técnica como a maneira de dominar todas as coisas, ampliando o que Heidegger classifica como o esquecimento do ser.
Como papel relevante para o esquecimento do ser está a disponibilidade das tecnologias juntamente com a sua condição de trazer alívio. Mediante a sua função um dispositivo tecnológico tende a promover o alívio de um esforço ou a libertação de uma dificuldade. A disponibilidade de um produto significa que o mesmo pode ser consumido de maneira instantânea e normalmente, segura e fácil, basta pensarmos no alívio imediato de acender uma lâmpada em um local escuro, ou do prazer de ouvir uma música ao pressionar um simples botão, ou mesmo o acesso as mais diversas informações através do clique em um mouse. Todos estes aparelhos tem como característica estar sempre a mão, Borgmann se refere a esta disponibilidade da seguinte forma:
...os microcomputadores estão sendo usados cada vez mais porque vão se tornando amigáveis, isto é, fáceis de operar e compreender. Mas esse caráter amigável é precisamente o sinal do quanto se tem tornado grande o hiato entre a função acessível a todos e a maquinaria conhecida por quase ninguém... (Borgmann, 1984, p. 47)
Carregado desses conhecimentos amigáveis e atraentes, o homem segue com a conquista da natureza, transformando-a e destruindo-a, colocando em risco o futuro do próprio homem, isso porque ele esqueceu do pensamento que medita, o pensamento calculado não o deixa assumir que jamais o homem terá total domínio da natureza.
Esse esquecimento determina segundo o Heidegger um acontecimento que atinge não só o pensamento do homem, mas acaba por determinar todo o modo de ser do homem no mundo que é o abandono do enraizamento que devemos constituir a partir do pensamento do homem, usando esse ponto como ponto de partida.
Voltando a ideia de Borgmann onde os produtos e seu consumo constituem uma meta declarada de empreendimento tecnológico, proposta no início da Modernidade que traz consigo a expectativa de o homem dominar a natureza e dela extrair a libertação da fome, da insegurança, da dor, da labuta e assim enriquecer sua vida física e culturalmente. Percebe-se que não se levou em consideração o molde dado a tecnologia pelos países industrialmente desenvolvidos, onde a tecnologia por si mesma não pode fornecer rumo e muito menos explicar a tecnologia como modo de vida, pois esse modo de vida implica em uma tendência de reduzir toda e qualquer problema em uma questão de relação entre meios e fins.
Esta relação deixou as pessoas sem tem tempo para meditar. Estando cada dia mais apressados, queremos sempre chegar primeiro e conquistar as novidades trazidas pelas tecnologias, conquista estas que se vão com a mesma velocidade que são trazidas, pois nossa necessidade por resultados nos cega para o passado e o próprio presente, nos levando a um ciclo de descarte, pois não conquistamos nossos objetivos, nos apropriamos dele e logo seguimos em busca de outros, abandonando aquilo que já possuímos.
É uma relação de apropriação das coisas, inclusive em nossas relações com o outro, tornando-nos assim, pessoas superficiais de relações superficiais.
O pensamento que medita é descartado, pois é antes de tudo um repousar em si, exige paciência e tempo. O homem quer rapidez e resultados, nos deixando seduzir pelo pensamento que calcula, assim, sendo dominado por ele e consequentemente perdendo as próprias raízes.
Perdendo suas raízes o homem perde todas suas referências e como resultado acaba por perder a si mesmo.


Técnica e tecnologia
Heidegger compreende por tecnologia a herança da técnica recebida da tradição ocidental que precisa ser conquistada a cada dia, pois ela nos aprisiona e liberta. Aprisiona-nos quando nos apropriamos dela aceitando todas suas imposições culturais, sociais e de valores sem meditar a respeito. Nos liberta quando nos colocamos a pensar sobre sua essência, não permitindo que nossas raízes sejam desconsideradas.
A essência da tecnologia é pensar a essência do próprio homem. Heidegger nos fala que o poder inserido no seio da técnica contemporânea determina a relação do homem com aquilo que ele é.
Essa reflexão nos leva a perceber que o problema não é a técnica por ela mesma, mas a relação que o homem tem com a técnica. O perigo depende do uso que se faz da técnica. É nesta relação com o mundo que o pensamento meditativo se mostra diferente.
Talvez seja a necessidade de contexto para o uso dos dispositivos tecnológicos em que podem ser usados para diversos fins e combinados entre si sem muitas restrições que tornem a nossa relação com os mesmos, descompromissadas, sem a necessidade de pensamento para utilização. Este fator é fortemente estimulado pelas propagandas que divulgam as combinações mais inesperadas para os dispositivos tecnológicos acentuando seu caráter de superficialidade.
Nesse sentido de manipulação do pensamento, percebe-se em Heidegger a inquietante preocupação quanto a não haver tempo antes que nosso mundo se torne um mundo completamente técnico, de que o homem não esteja preparado para essa transformação, que só é possível pelos meios do pensamento meditativo.
A filosofia é o recurso necessário que o homem precisa para superar a falta de preparo para esta transformação do pensamento, pois a filosofia como pensamento hermenêutico, deverá ser capaz de transformar isso, pois ela se caracteriza segundo Heidegger, como dimensão originária do existir.
Ao observarmos este ponto de vista de Heidgger talvez possa parecer que ele é um opositor da técnica e as tecnologias por ela geradas, mas acredito que ele não nega a técnica, seu discurso mostra que somos dependentes dos objetos produzidos por ela, porém ao pensar a essência de nós mesmos impedimos que a técnica ou as tecnologias nos aprisione. Sua postura nos remete a questão da preocupação de nos tornarmos escravos da técnica.
Segundo Heidegger é preciso pensar a técnica a partir da sua essência. Dessa forma saberemos dizer sim e não ao mundo.
Essa definição de sim e não, não significa um relacionamento ambíguo, mas ao contrário, significa desenvolver um relacionamento pacífico onde a serenidade consiste na admissão da técnica, deixando os objetos tecnológicos gerados por ela repousarem na própria técnica a sua condição que não é de maneira alguma absoluta.
Dizer sim e dizer não aos objetos tecnológicos é a definição de serenidade, pois Heidegger acredita que há no ser humano uma dimensão de conflito, pois, o homem não é só espontaneidade, também é negatividade. Embora o homem em seu íntimo se volte para o nada, ele também é um ser que exige sentido nas coisas, pois mesmo com a negatividade, o homem é originariamente sentido.
Aplicar a serenidade para com as coisas é enxergar não apenas pela técnica, mas perceber o mistério que envolver todas as nossas relações cotidianas.
O sentido do mundo técnico oculta-se. Porém, se atentarmos agora, particular e constantemente, que em todo o mundo técnico deparamos com um sentido oculto, então encotramo-nos imediatamente na esfera do que se oculta de nós e se oculta precisamente ao vir ao nosso encontro. O que, deste modo se mostra e simultaneamente se retira é o traço fundamental daquilo a que chamamos mistério. Ibid., p25
A modernidade descobriu com Descartes que o homem como exigência de sentido descobriu o "cogito" (o sujeito é uma necessidade do conhecimento), mas esqueceu que é também sentido.
Por possuir o homem, esta exigência incondicional de sentido, Heidegger formula que a base do sentido excede o próprio homem, onde o homem é definido como pré-compreensão do sentido, o que constitui a sua essência é a exigência de sentido, a esperança, o desejo de ser na falta do próprio ser, e Heidegger toma consciência desta experiência de contraste, na dialética do existir.
Heidegger não vê a orientação para o sentido como coincidência, para ele apesar do homem ser orientação para o sentido, ele ainda não é, está a ser, ele é excesso que não coincide e é muito mais do que é.
Para Heidegger, o sentido do mundo técnico é oculto, deixando-se entrever e ao mesmo tempo escondendo-se, que o dá a característica de um segredo ou mistério.
Mistério ou segredo é tudo que está oculto, por isso, não pode ser concebido nem compreendido, e o mundo técnico é marcado pelo mistério, permanecendo oculto para cada um de nós.
Heidegger acredita que o homem não é capaz de desvendar o mistério que envolve a técnica sem o pensamento meditativo, sem ele, podemos dizer quem foi o cientista que fez uma dada descoberta, mas nunca poderemos explicar os motivos que levaram o cientista a fazê-la.
O mistério sempre oculto só se revela a medida que por meio da serenidade desvelarmos o ser que está oculto por detrás da técnica. Dizer sim e não a técnica é estar junto a técnica, mas não dentro dela. A verdade não é a adequação, mas o desvelamento! Desvalamento esse onde Heidegger fundamenta sua ideia de que a verdade é a revelação?
O fato é que o dasein (ser-aí ou ser-no-mundo) nos guia a revelação.
O dasein começa por existir no mundo segundo um modelo relacional, segundo o modelo da disponibilidade. A verdade como revelação tem como fundamento a verdade como pressuposição. Não existe verdade em si, mas verdade para o homem, porque ele acredita nela.
Refletindo sobre a técnica e sua dimensão como dimensão como único meio de ver o mundo para o homem, devemos considerar que quando a técnica é tida como única, todo o segredo é confundido, mas se virmos que a técnica tem também uma dimensão que se oculta por detrás de si própria, estaremos no caminho de uma melhor relação com ela. Sendo assim, trata-se da restauração a dimensão de segredo/mistério a verdade.
Esse desvelamento levará o homem moderno a compreender que o consumo universal de produtos tecnológicos e o sonho da vida menos penosa e mais rica transformou-se em uma cultura que visa apenas o lazer derivado do consumo, resultando em uma vida sem rumo, imediatista e impositiva.
Somente com o restaurar da verdade que vai ser o objeto do pensamento meditativo. Só se pode restaurar a verdade quando o homem tomar consciência da sua historicidade. O que levanta a questão da historicidade é uma questão muita mais crucial e mais significativa, que é a questão ontológica onde o ser enquanto ser possuidor de sua natureza pensante, assumir sua dimensão meditativa do pensamento e assim contribuir para a revelação da verdade.
Ao homem o sentido das coisas, do mundo e de si próprio escapam, o ser é agora a questão fundamental de tudo, e a questão fundamental do homem é o confronto com a negação a técnica.
Experimentar a historicidade como negação as coisas que nos dominam por vontade própria, leva-nos ao confronto do homem com aquilo que ele não é. Pois o homem só é, na relação que estabelece com as coisas que o rodeia.
Heidegger afirma que para compreender a historicidade é preciso alcançar a questão do existir como dasein, pois é do dasein que se parte para chegar à questão do seu sentido e da sua historicidade. Daí a urgência em recuperarmos a dimensão meditativa do pensamento!
Sendo assim, o grande perigo que nos rodeia e ameaça é a falta de pensamentos meditativos, gerando a automatização do homem. Somos seres finitos e limitados, mas ao mesmo tempo, abertos ao que nos transcende, pois é esta a condição finita do homem. É preciso compreender que nossa relação com a técnica e as tecnologias são da mesma forma finita e por isso não devemos ficar presos a eles.


O homem como ser pensante
O homem precisa deixar de rejeitar aquilo que possui de mais próprio, que é o fato de ser um ser pensante. É preciso salvar essa essência do homem. É preciso manter acordado o pensamento.
O homem não consegue meditar porque ele não percebe que ele é a medida da técnica, que o projeto de ser do homem é anterior a toda e qualquer técnica. A experiência da serenidade só poderá ser percebida quando o homem aprender a dizer sim e não à técnica e a tecnologia.
A modernidade esqueceu o ser e a realidade. Uma coisa é viver absorvido pela técnica, outra coisa é ler o mundo, habitar num mundo lendo a outra dimensão do sentido literal ou técnico que essa dimensão tem. Em um sentido Haideggeriano, viver velado!
O desvelamento por meio da meditação trará a tona o ser, que ao despertar emergirá juntamente com a identidade da alma diante das coisas, e assim, o espírito se abrirá ao outro, nos permitindo alcançar um novo caminho, uma nova terra, um novo solo.
Nesse sentido poderá o homem criar obras perduráveis que serão a base do novo.
Nesse contexto podemos compreender como análogas a compreensão dos pensamentos calculado e meditativo de Heidegger com o conceito de coisas e práticas focais de Borgmann, onde na afirmação de Borgmann que o universo humano perde cada vez mais coisas focais para passar a ser constituído apenas por dispositivos que se produzem, usam ou consomem.
Essa diferença fica é esclarecida por Borgmann da seguinte forma:
Quando olhamos a tecnologicamente para uma lareira pré-tecnológica, separamos da plenitude dos seus traços a função de fornecer calor como a única e finalmente significativa. Todos os outros traços são considerados então como parte da maquinaria e, estando sujeito à lei da eficiência, tornam-se dependentes e indefinidamente mutáveis. A visão tecnológica de uma comida revela um agregado de saberes, texturas e características nutritivas. Só elas retêm significação estável[...] Analogamente, quando olhamos para uma árvore vemos certa quantidade de madeira ou fibra de celulose; os espinhos, os ramos, a cortiça e as raízes são resíduos. Uma rocha é cinco por cento de metal e o resto é lixo. Um animal é visto como uma máquina que produz tanto de carne. Qualquer uma das suas funções que não serve para esse propósito é indiferente ou incômoda (Borgmann, 1984, p;192)
Sendo assim, podemos comparar a visão técnica e científica de Borgmann a qual enxerga em uma árvore madeira para a produção, como o uso do pensamento calculador. Analogamente, para ver a árvore como meio de equilíbrio ecológico, sombra e frutos frescos e saborosos seria necessário o pensamento meditativo, onde o pensar o ser encontra a verdade das coisas e sua relação real com o homem.


Conclusão
A proposta de Heidegger em 55 do século passado se mantém ainda atual e ainda mais real, pois o homem se embrenhou pelo caminho do aperfeiçoamento constante a tecnologia, promovendo o determinismo cabal dos processos produtivos e das relações humanas via artefatos tecnológicos.
A aceleração das informações via tecnologia impediu o homem de pensar a respeito delas, sendo apenas um receptor e propagador das mesmas, não havendo tempo para meditar sobre seus impactos, consequências ou verdades. Aliás, todo esse acesso as informações velaram ainda mais a verdade, aumentando o mistério da técnica e das tecnologias junto ao homem.
Nos encontramos em um mundo onde aprendemos que para ser é preciso ter, desviando-nos co caminho real do ser através da exploração constante do pensamento calculador.
Nesse sentido as reflexões de Heidegger acenam para um reencontro do homem com o ser e com a verdade. É preciso reconhecer a necessidade do desvelamento do ser para encontrarmos a verdade e a partir dela recuperar o pensamento meditativo que nos fornecerá condições de encontrar a serenidade com a utilização do sim e do não nas relações com a técnica e as tecnologias. Ficando livres da prisão que é imposta pela aceitação da tecnologia, desnuda do pensar meditativo.
Borgmann também reconhece que é possível conceber uma utilização da tecnologia e dos seus aperfeiçoamentos, na medida em que permita e favoreça qualquer prática focal que tenhamos escolhido. Vista assim, a tecnologia realça o caráter de tais práticas, em vez de soterrá-las, como acontece quando se vive em cumplicidade com ela.
Nós, os seres humanos nunca estamos prontos e acabados, nesse, na medida em que descobrirmos novas tecnologias, teremos a oportunidade de nos refazermos e nos recriarmos junto com elas através da liberdade do ser frente ao pensamento meditativo.


Referências bibliográficas:
HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. 2ªed. Petrópolis: Vozes, 2002.
_____________Serenidade, 1º edição. Rio de Janeiro: Instituto Piaget 2001.
RAFAEL, Maria Aparecida. A questão da tecnologia no pensamento de Martin Heidegger ou uma possível leitura da conferência “serenidade”(1959). “Existência e Arte” – Revista Eletrônica do grupo PET – Ciências Humanas, Estética e Arte da Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano III – Número III – janeiro a dezembro de 2007
CUPANI, Alberto. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. ScientiAEStudia, São Paulo, v.2, n.4, p.493-518, 2004.